हरिः ओम्

हरिः ओम्

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Meu encontro com o Yoga e com o Vedanta

दक्षिणामूर्ति (Dakṣiṇāmūrti)
Desde que me entendi por gente já tinha a mente assolada por perguntas. E as respostas que a mim chegavam definitivamente nada respondiam. Cresci numa família com orientação religiosa, mas aos poucos fui fazendo meu próprio caminho. Vou contar como foi meu encontro com o Yoga e com o Vedanta. Tinha na época 21 anos, estava muito curiosa em saber o que afinal era esse tal Yoga... Soube, então, que perto de onde eu morava, uma senhora de 70 anos dava aula de āsana (posturas físicas) e yoganidrā (“sono consciente”, aquele “relaxamento” que acontece na parte final das aulas). Ela era incrível, Dona Maria Helena, um ser humano muito especial. O cabelo já todo branco preso numa grossa trança que lhe caía até a cintura. Aquela coluna septuagenária perfeitamente ereta, ali em padmāsana (postura de lótus). A tranquilidade e a doçura de sua fala, sempre tinha para dar uma receita de chá, de um remedinho caseiro, um conselho, um consolo, um abraço. Uma mãezinha. Mais que tudo, lembro de sua alegria. Dona Maria Helena já deixou o plano físico. Meu começo no Yoga com ela durou pouco mais de 2 anos e foi muito abençoado. Depois veio o Lorenço, com quem pratiquei por outros 2 anos. O professor da Paz. Eu estava no auge da minha capacidade física: forte e flexível. Era capaz de fazer qualquer postura que ensinavam nas aulas. Mas nunca era o bastante. De verdade, eu não entendia nada. Aquela coisa de prānāyāma (“exercícios respiratórios”), dhāranā (“concentração”), dhyāna (“meditação”), eu só remedava o professor, feito macaco. Mas, sabe o quê? Era bom, me ajudava. Foi com Lorenço que comecei a me interessar por estudar Yoga. E foi por isso que segui na busca. Vieram primeiramente as leituras dos autores brasileiros Professor Hermógenes, Caio Miranda e Mestre de Rose. Vieram também outros professores: 3 anos praticando Haṭha Yoga e Yoga terapia hormonal (pode até ser invenção... mas recomendo fortemente para as mulheres com problemas de TPM e menopausa), mais 6 praticando no método de B.K.S Iyengar, quando mergulhei fundo na disciplina de construção das posturas e alinhamento corporal. Foi em 2008, em meio a uma intensa crise no campo profissional — durante a qual me submeti a forte assédio moral, todos os dias, ao longo de um ano, até culminar com a minha demissão —, que me surgiu um convite para um curso de formação de instrutores de Haṭha Yoga Integral, nos moldes propostos por Svāmī Satcidānanda Sarasvatī. Meu professor foi Alexandre Moretto, o Gōvinda. Seu nome é música. É o professor querido das sessões de mantra ao som orgânico dos tambores, e do melhor yoganidrā que jamais fiz! Do curso de formação, a aula que mais me marcou foi a dos yama e niyama: a ideia de que Yoga não se resume a uma prática de 2 vezes na semana numa sala, mas que se trata mesmo de um modo completo de se viver. Quando passei eu mesma a dar aulas de Yoga, não podia faltar esse elemento: o Yoga para a vida. Há 2 anos, num dos aulões que costuma dar aos sábados (atualmente não mais), entrou um certo instrutor de grupos de meditação e técnicas respiratórias que havia conduzido um grupo naquele mesmo espaço horas antes e fez minha aula. No yoganidrā, ele caiu no sono. Estava cansado. Tive pena e não o acordei nem mesmo quando a aula acabou. Ele entrou não somente na aula de Yoga, mas de vez na minha vida e não saiu mais. Jean Carlo, ele também aluno do Vedanta Online. Meses mais tarde, ele também faria o curso de formação de instrutores de Haṭha Yoga Integral. Um belo dia, quando ele preparava uma aula de Yoga, encontrou a reportagem do Professor Jonas Masetti para o Globo Repórter e, logo, o curso online grátis de Vedanta. Logo na primeira aula, em que se tratou das 3 buscas do ser humano, eu me dei conta de que havia algo ali, algo grande, importante, que eu precisava saber. Assim que terminaram as 8 aulas do curso online grátis (1ª temporada), Jean Carlo e eu nos tornamos alunos do curso regular — Turma  Shiva शिव. Mais recentemente, meu filho também decidiu ingressar no curso regular Turma Durgā दुर्गा. Claro que isso muito me alegrou. Coração de mãe transborda. Há muito ainda o que aprender, mas a mudança que experimentei é profunda: mais gratidão, mais compaixão, mais entrega. A devoção presente. Um cheiro de liberdade. Uma simplicidade que nunca havia experimentado. Muitas bênçãos! Há muito mais para se falar, mas fica para uma próxima. Harih Om हरिः ओम् !!!


Leiam também o texto de Bianca Vettorato sobre o encontro com o Vedanta.